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29 março, 2006

Será

"Sera que ainda me resta tempo contigo,
ou ja te levam balas de um qualquer inimigo.
Sera que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Sera que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, nao quis ver sofrer.
Sera que la longe ainda o céu é azul,
ou ja o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Sera que a tua pele ainda é macia,
ou é a mao que me treme, sem ardor nem magia.
Sera que ainda te posso valer,
ou ja a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Sera que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Sera que amanha ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Sera que la fora os carros passam ainda,
ou as estrelas cairam e qualquer sorte é bem-vinda.
Sera que a cidade ainda esta como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Sera que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Sera que as casas cantam e as pedras do chao,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcao.

Sera que sabes que hoje é Domingo,
ou os dias nao passam, sao anjos caindo.
Sera que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Sera que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Sera que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite nao quer acabar.
Sera que sentes esta mao que te agarra
que te prende com a forca do mar contra a barra.
Sera que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.

Eu sei que tu estaras sempre por mim
Nao ha noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Nao partas entao, nao me deixes sozinho
Vou beijar o teu chao e chorar o caminho.
Sera,
Sera,
Sera!"

1 Comments:

At abril 01, 2006, Blogger Linky Kat said...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse,
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

(Fernando Pessoa)

 

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